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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Deixa sair: A dieta contra cândida emagrece, sim

De: Kelli
Para: Deixa sair

De vez em quando recebo um email como este, generoso, reconfirmando a importância da alimentação como base da saúde. Mas o extraordinário é a disposição de enfrentar a dieta, que muda hábitos dos quais a gente se torna dependente. Que a experiência da Kelli possa ajudar muitas outras pessoas pelo mundo afora. Valeu, querida!

"Fiz a dieta à risca por 2 meses, o resultado foi o fim da candida e 10 quilos a menos. Logo na primeira semana se foram 3 quilos e nos lugares certos, na cintura e outras gordurinas localizadas. Cheguei a perder 8 cm de medida na cintura e quadris. Portanto muito obrigada, a dieta é fenomenal, fiz pensando em acabar com a candida e ganhei esse presente de ficar mais magra.
 "Foi em meados de setembro de 2011. Já tinha feito varias dietas porque estava com sobrepeso, eu tenho 1,55m e estava pesando 64 a 65 kg, realmente não estava bem.  Quando procurei "cândida" no google e achei seu blog eu não estava pensando em emagrecer, só queria me livrar delas. Até chorei quando vi a lista dos problemas causados por elas, eu tinha todos!!!! 

"No mesmo dia comecei a dieta, nem acabei de comer o pacote de biscoito que estava aberto, nem os bombons que eu havia comprado, nem de beber a garrafa de vinho que estava aberta e nem os pães maravilhosos que meu marido fez questão de comprar naquele dia. Ninguém acreditava que eu ia ter força de vontade e realmente cumprir uma dieta. Mas eu tive, eu estava determinada! Cada vez que eu tinha vontade de comer alguma coisa que não estava na dieta, pensava comigo: quem quer comer isso não sou eu, são as cândidas, e elas têm que morrer!!!! Isso me dava força pra seguir em frente.

"Quase morri de fome nos três primeiros dias, mas no quarto em diante já estava acostumada à nova maneira de me alimentar. Depois de 14 dias a mudança na silhueta já era visível, depois de um mês e meio precisei mandar apertar todas as minhas calças! Hoje estou pesando de 54 a 52 kilos, quando chego a 54 diminuo a comida e chego nos 52 de novo, já voltei a comer quase tudo que eu comia antes, pizza, frutas além de melancia e goiaba, e outras guloseimas com muita moderação, só açúcar que eu bani mesmo.

"Ainda quero chegar no peso de 48 kilos. Às vezes começo a fazer a dieta de novo, mas acaba que no lanche da faculdade como um pão de queijo com um capuccino... (sou mineira de Belo Horizonte rssss)

"Nisso descobri um detalhe muito importante da dieta: para emagrecer mais, não adianta fazer parcialmente . Só funciona quando a gente realmente segue à risca. Pra ajudar a seguir eu bebia muito chá de camomila sem açúcar nem adoçante, acostumei com o gosto e continuo tomando. Vou fazer a dieta de novo, mas agora com o propósito só de emagrecer mesmo. Viajo nesse fim de semana e quando voltar começo de novo, porque quero aproveitar a culinária do lugar que eu vou rssss. Outra vantagem da dieta é que o peso não volta com facilidade, como ocorre em outras dietas; claro que não pode fazer nada insano, se comer uma caixa de bombom inteira até um faquir vai engordar, né!

"Há muito tempo queria lhe agradecer e lhe dar esse feedback, fiquei pensando se você saberia que a dieta teria esse efeito colateral (maravilhoso!!!) e quem sabe poderia até escrever um livro com essa dieta mas com o foco de emagrecer. Falo do seu blog para todas as minhas amigas que querem emagrecer e acabar com as cândidas! Hoje mesmo acessei pra passar o link pra uma amiga..."

sábado, 16 de julho de 2011

Probióticos 1: Conservas de leite

coisinhas azedas do bem

Por mais tecnológico que esteja o mundo, algumas tradições
bem antigas se mantêm intactas. Uma delas é produzir e consumir
alimentos conservados ou transformados através da
fermentação lática, como pão, vinho, cachaça, cerveja, chocolate,
coalhada, queijo, mostarda, chucrute, missô, picles e outras
felicidades do paladar.

Japoneses comem diariamente vários tipos de conserva. Missô
e shoyu, na sopa e nos vegetais, substituem o sal e fazem parte
da rotina; são resultado de soja fermentada. Nabo em conserva
também é diário, no final da refeição, para limpar o tubo digestivo
junto com o chá quente. Eles se protegem especialmente
com a ameixinha salgada chamada umeboshi. Que é muito ácida
ao natural, mas fica um ano e meio de molho em seu próprio
caldo, com sal, e então pode ser usada contra indisposição, dor
de cabeça, de garganta, de barriga. Comeu ou bebeu demais?
A gripe está encostando? Seu poder desintoxicante já salvou
muitas vidas. Além disso, é um excelente tempero em saladas.

Sólidas ou líquidas, as conservas dão show. Mantêm todas as
vitaminas do alimento cru e suas enzimas, que ajudam em todos
os processos de transformação da comida, e promovem o crescimento
de lactobacilos, bactérias simpáticas que limpam os
intestinos e dão qualidade à flora, aumentando a imunidade.
Em suma: certas conservas botam ordem no corpo. E o melhor
de tudo? É que a gente gosta.

Coalhada e iogurte, por exemplo, quase todo mundo adora. Ao
natural, o leite de vaca costuma causar uma série de problemas
digestivos e alergias, além de ser produzido com hormônios e
antibióticos; mas é só fermentar que ele se torna benéfico para
a maior parte das pessoas, se consumido com moderação.

Chucrute, feito de repolho fermentado com sal, outra preciosidade.
Poderoso alimento e remédio há milênios, é hoje reconhecido
pela medicina como agente decisivo contra câncer, diabetes e
outras doenças crônicas e degenerativas. Combate fungos.

Comer vegetais em conserva caseira é uma forma muito boa de
equilibrar qualquer tipo de alimentação, especialmente a mais
pesada. Não é por acaso que salsichas são servidas tradicionalmente
com mostarda e ketchup, ambos conservas.

Mas há um pequeno detalhe que faz a diferença: os processos
industriais quase sempre eliminam a fermentação viva, e sem
ela o valor medicinal é zero. Pior: vinagre de álcool e aditivos
químicos, como corantes e conservantes, agridem o organismo
e destroem a flora intestinal. Ou seja, bom é fazer as conservas
em casa. Com produtos orgânicos, já que aditivos químicos
muitas vezes sabotam a fermentação.

É simples? Bastante. Fácil? Também. Onde é que pega? No
fato de que as coisas nem sempre saem tão bem quanto da vez
anterior. A boa conserva é fruto do encontro perfeito entre os
ingredientes, o tempo, a temperatura, a luz, o sal, o fermento, a
pessoa, a vasilha e os imprevistos.

Meia dúzia de vidros de boca larga, com tampa; meio metro de
filó; dois ou três paninhos de fralda; elásticos ou barbantes: eis
o equipamento básico.

Ah, e uma boa chaleira para ferver bastante água e esterilizar
bem todos os vidros.

conservas de leite
O leite é riquíssimo em açúcar, no caso lactose, e bactérias amam
açúcar, portanto leite é seu paraíso. Toda cultura tem um leite
fermentado. O sabor varia conforme os micróbios da região, no
caso do leite cru, e da semente que se transmite de mão em
mão, como é o caso dos grãos do kefir caucasiano, do tara
tibetano, do koumiss russo, do iogurte iugoslavo que se espalhou
pela Ásia Menor e pela Europa. Cá na terra é natural a
coalhada, trazida pelos portugueses, bem como as vacas leiteiras
que não existiam por aqui. O leite de cabras e ovelhas
também pode ser fermentado, geralmente com vantagens em
termos de digestão, assimilação e pureza, pois é mais comum
seu tratamento ser orgânico.

Frank Kosikowski, cientista alimentar da Cornell Univesity, EUA,
classifica o leite fermentado em quatro tipos. O primeiro apresenta
fermentação dupla: lática e alcoólica, inclui kefir e koumiss.
O segundo é altamente ácido, geralmente só com Lactobacillus
bulgaricus. O terceiro é medianamente ácido, produzido só com
Lactobacillus acidophilus, que acidifica lentamente e pouco. O
quarto é pouco ácido, caso da coalhada e do creme azedo.

Hoje em dia a maior parte das sementes de iogurte combina
pelo menos duas bactérias diferentes – uma altamente ácida e
outra baixa, que modera a acidez do produto final.

coalhada
Uma tigela de leite cru, orgânico, largada na pia, acidifica naturalmente
sob a ação de bactérias como Streptococcus lactis e
S. cremoris, e vira coalhada. Mais ou menos assim: o leite começa
a se degradar pela ação de suas próprias bactérias,
fazendo o soro se desprender da caseína, a proteína do leite,
que coagula; no coágulo se desenvolvem lactobacilos que se
alimentam da lactose e produzem ácido lático, que age como
conservante das proteínas do leite e demais nutrientes, o que
inclui preciosas enzimas. Esse leite não pasteurizado produz por
si os lactobacilos acidófilos que vão predominar na coalhada,
neutralizando outras bacté-rias e micróbios. É isto que continuarão
fazendo no tubo digestivo.

O creme que se junta na superfície é delicadamente azedo, o
famoso creme fraiche francês. Uma iguaria.
coalhada de leite cru, orgânico
deixar o leite em vasilha de louça ou vidro, coberto por um pano,
até coalhar. Isso pode levar de 24 a 72 horas, dependendo do
clima e da temperatura. O leite faz tudo sozinho: coagula,
fermenta, vira coalhada, soro e queijo.

1 litro de leite = 1 litro de coalhada (com soro)
coalhada de leite pasteurizado
é preciso usar como fermento um pouco de coalhada ou iogurte
prontos que tenham lactobacilos vivos.
1 litro de leite de vaca ou cabra
1/2 xícara de coalhada ou iogurte

Quando ambos estiverem na temperatura ambiente, misture em
vasilha de louça ou vidro, cubra com um pano e deixe fermentar
de 12 a 24 horas.

A coalhada fica pronta quando o leite está coagulado, o soro já
aparecendo nas beiradas, e o sabor é levemente ácido.
Pode transferir para recipientes menores, de vidro com tampa.

iogurte
O iogurte é leite quase fervido e acidificado por bactérias de
proliferação controlada, como Streptococcus thermophilus, Lactobacillus
yogurtii, L. bulgaricus, L. acidophillus e L. bifidus.

Você pode comprar no comércio se na embalagem estiver escrito
“contém lactobacilos vivos”, ou fazer em casa com leite comum
e lactobacilos em pó encontráveis em lojas de produtos naturais.
Se preferir comprar nos Estados Unidos, onde esses produtos
são muito baratos, procure por yogurt starter.

iogurte caseiro
1 litro de leite, cru ou pasteurizado, de vaca ou cabra
1/2 xícara de bom iogurte, ou
1 pacotinho de Bio Rich ou outra marca de fermento

Leve o leite ao fogo, mexendo sempre para não grudar na panela,
até ele se agitar mostrando que vai ferver; apague o fogo e deixe
o leite arrefecer até mais ou menos 42-45oC.

Se você não tem um termômetro, pode medir a temperatura com
o dedo: o leite deve estar nem tão quente que queime o dedo,
nem tão morno que possa mexê-lo. Ou seja, na temperatura
chamada esperta. Nessa hora é que você vai misturar meia xícara
de iogurte pronto ao novo leite.

Se for usar lactobacilos em pó: dissolva à parte com um pouco
do leite morno; misture ao restante mexendo bem para dissolver
totalmente e disponha em uma vasilha grande ou várias pequenas.

Tempo de fermentação ideal: 24 horas. As iogurteiras elétricas
dizem 8 horas – nem sempre suficientes para a transformação
total da lactose. Fora delas, tem que manter o leite morninho no
forno pré-aquecido, em caixa de isopor ou garrafa térmica.

A quase fervura do leite serve para eliminar as bactérias naturais,
reduzindo a competição com os lactobacilos, e dá ao iogurte
uma textura considerada melhor.

o sabor é azedo mesmo
Porque o ácido lático, como diz o nome, é ácido, azedo. Mesmo
quem a princípio não gosta acaba se acostumando.
Seja coalhada ou iogurte, é para tomar sempre de estômago
vazio, sem misturar com outros alimentos e sem adoçar, a não ser
com estévia.

tomar à temperatura ambiente
Produtos do leite, mesmo fermentados, são de natureza fria e
costumam produzir umidade e muco; se estiverem gelados ainda
roubarão calor do corpo. Morninhos ou à temperatura ambiente
são mais benéficos. Por isso, tire da geladeira o que vai tomar
pelo menos duas horas antes; se não der tempo, coloque em
banho-maria – dentro de uma caneca, em água bem quente, o
fogo apagado, por 2 ou 3 minutos apenas, mexendo com uma
colher até amornar.

temperos picantes neles
Canela, cravo, noz-moscada, gengibre, cúrcuma, cominho,
pimenta-do-reino, cardamomo, zimbro, cebolinha-verde, alho,
mostarda: todos são usados para ajudar na digestão dos laticínios.

queijo de coalhada / boursin | DIETA SUAVE
Forre uma vasilha com um pano de prato ou fralda. Despeje a
coalhada, junte as quatro pontas de pano e amarre, torcendo um
pouquinho. Pendure sobre a vasilha para continuar colhendo o
soro, ou pouse sobre uma peneira, coador, funil ou qualquer
outra coisa furada que não seja de alumínio. Depois de algumas
horas, terá um queijinho caseiro de fermentação leve, rico em
lactobacilos, que pode ser usado enquanto estiver fresco.
Conserva-se por mais tempo com sal e ervas, coberto por azeite
virgem de oliva.

Quando comer, fique de olho nos sintomas. Podem piorar.

soro de coalhada ou iogurte
Quando o leite é acidificado, suas proteínas sólidas se aglutinam
e as solúveis ficam no soro, o líquido meio transparente que se
separa do coalho – naturalmente ou por drenagem, como na
receita do queijo, acima. As proteínas do soro são mais fáceis de
digerir e já vêm com cadeias ramificadas de aminoácidos, prontos
para reconstruir músculos, por isso é que os atletas adoram.

O melhor modo de consumir o soro é bebê-lo ao natural, para
obter lactobacilos e enzimas. Não obstante, em muitos países se
faz sopa cozinhando vegetais, como batata e abóbora, no soro.
Ele é um ótimo tempero ácido para saladas, vegetais crocantes e
cereais germinados ou cozidos. Uma de suas melhores virtudes é
dar mais qualidade às conservas de vegetais.

a seguir: conservas de vegetais e frutas

segunda-feira, 21 de março de 2011

Candidíase, a praga: A dieta | o que ajuda | o que atrapalha

a dieta
Ninguém vive sem fazer uma dietinha de vez em quando, seja lá
por que for. A vantagem desta é que resolve várias coisas ao
mesmo tempo – excesso de peso, resistência à insulina, alergias,
depressão devido a muito açúcar e, claro, ataques de cândida.
A primeria fase, mais radical, deve durar até haver uma piora,
que é o lixo do fungicídio entrando em circulação. A partir daí
voltam alguns carboidratos e até queijos. Depois é só você ficar
atenta: quando chutar o pau da barraca, faça alguma coisa nos
dias seguintes para compensar.

dieta radical
Seu objetivo é reduzir drasticamente a candidíase, através de um
corte total dos carboidratos que a fazem proliferar. Sobram carnes,
ovos, muitos vegetais e iogurte. Isso começa logo a dar
resultados. Pode enlouquecer um pouco a vítima, que geralmente
é viciada em pão, queijo, chocolate, café, açúcar,
refrigerantes. Exige determinação, bom senso, perseverança e
muito chá de capim-limão. Mas até aí tudo bem, né?
Um dia dá uma dor de cabeça estranha, uma sensação de mal-estar,
desconforto sem motivo aparente. É a reação de Herxheimer,
ou “die off”, quando os sistemas de filtragem e eliminação do
organismo estão lidando com uma grande quantidade de células
mortas e toxinas. Pode acontecer depois de dias, semanas ou
meses, ser mais forte ou mais fraca, dependendo da situação.
Passa rápido e é o sinal de que o esquema está funcionando.

dieta suave
A partir dessa limpeza a dieta melhora. Entram o pão de fermentação
caseira, alguns cereais integrais, inhame, mandioca,
alguns queijos; mais frutas, um macarrão de vez em quando. O
ideal é ficar nesse patamar de seis meses a um ano.

Achou muito? Pois um ano é até pouco para recuperar a saúde
e a imunidade. Podem ser dois ou mais, dependendo da pessoa,
da extensão da coisa e dos cuidados acessórios como
acupuntura, homeopatia e outras formas de tratamento.
dieta esperta
 
Depois que os sintomas e sinais da candidíase desaparecem, a
ex-vítima pode voltar a comer e beber de tudo. Se algum sintoma
reaparecer, basta voltar à dieta radical por alguns dias.
Nada de grandes excessos. De tudo, mas não de mais, nem
dias seguidos, para não cutucar a onça. O segredo é: olho nela.
 
os critérios: 
1 quantidade 
Menos é mais. O pulo do gato é se acostumar a comer pouco.
No Pequeno tratado das grandes virtudes, o filósofo André Comte-
Sponville fala sobre a temperança. Diz que não se trata de não
desfrutar, nem de desfrutar o menos possível, o que não seria
virtude mas tristeza, não temperança mas ascetismo, não moderação
mas impotência; trata-se de desfrutar melhor.
 
“A temperança, que é a moderação nos desejos sensuais, é também
a garantia de um desfrutar mais puro ou mais pleno. É um
gosto esclarecido, dominado, cultivado.” Em vez de escravos
passamos a ser senhores dos nossos prazeres, diz ele. E quem
desfruta com liberdade também desfruta da própria liberdade,
ao passo que o intemperante é prisioneiro de seus desejos e
hábitos, de sua força e de suas fraquezas.
 
Ele cita um grande pensador do século 17, Baruch Spinoza,
para quem é próprio dos sábios usar as coisas e ter nisso o
maior prazer possível – mas sem chegar ao fastio, que não é
mais ter prazer. E coloca a temperança como um meio para a
independência, assim como esta é um meio para a felicidade:
“Ser temperante é poder contentar-se com pouco. Mas não é o
pouco que importa: é o poder, e é o contentamento.”
 
2 qualidade
Carnes, ovos e iogurte fornecem mais energia por mais tempo.
São valiosos nesta dieta, pois suprem necessidades importantes,
inclusive de gordura. Devem ser orgânicos. Se isso for impossível,
que sejam da melhor escolha, sempre visando a qualidade. É
melhor não comer carne de frango do que comer os mais baratos,
criados com promotores de crescimento e antibióticos que
favorecem candidíase e outros desequilíbrios.
 
A gordura é vital nessa hora porque fornece energia rapidamente
e ajuda a saciar. A gordura animal, incluindo manteiga,
costuma ser muito compatível conosco, mais do que a maior
parte das gorduras vegetais – entre as exceções estão óleo virgem
de coco, azeite extravirgem de oliva e óleo de gergelim
orgânico, prensado a frio, cru.
 
Todos os vegetais, se possível, também orgânicos. Além de melhores
são mais saborosos. E folhas, muitas folhas. Alimentação
de boa qualidade inclui generosas porções de folhas verdes em
todas as refeições. Elas são ricas em vitaminas, minerais e fibras,
compensam o peso dos produtos animais e contribuem
decisivamente para o equilíbrio da digestão.
 
Muito importante: comida fresca. Comida na geladeira começa
a produzir fungos em 24 horas. Se você vai preparar cereais,
feijões e carnes para vários dias, melhor dividir em pequenas
porções e congelar, mas sabendo que não é o ideal.

3 autoconhecimento
Em primeiro lugar: calma. Você pode fazer essa transição no
ritmo que quiser. Claro que, comendo e bebendo certas coisas,
sabota completamente o sacrifício. Às vezes é assim mesmo, paciência.
Porém, quanto melhor o seu desempenho pessoal, mais
rápida a faxina. A vítima resolve virar o jogo e se compenetra.
 
No início tem que ter muita força de vontade. Depois o controle
vem naturalmente e a liberdade de comer de tudo fica muito maior.
 
Se puder assumir as compras e o preparo da sua comida, melhor.
Escolhas conscientes e o fazer delicado da cozinha podem
adicionar um grande contentamento.

o que atrapalha
comer demais e/ou engolir sem mastigar
O que não pode ser bem digerido atrapalha o estômago e os
intestinos, vira muco, fonte de bactérias de putrefação e alimento
para todos os bichos que dão em gente, sobretudo fungos. A
digestão começa na boca. Mastigar bem é tão essencial quanto
escolher bem a comida.
 
belisquetes
Mobilizam à toa o sistema digestivo, que vai perdendo o ritmo
natural do ciclo de alimentação e eliminação; fora que a qualidade
dos belisquetes também não costuma ser grande coisa.
 
doces
Açúcar, mel, melado, maple, malte, xarope de agave, frutose,
karo: não escapa um.
 
líquidos industrializados
Cada célula do corpo precisa de água; qualquer substância a
mais na água exige que o organismo todo trabalhe para administrar
sua presença lá dentro, ou seja, desgaste inútil.
 
laticínios
Leite, queijos, requeijão, creme de leite, iogurtes e coalhadas
pasteurizados e produzidos por processos industriais, com ou
sem frutas, costumam ser mal digeridos pela maior parte da
humanidade.
 
produtos de padaria
Pães, bolos, biscoitos e congêneres, feitos com farinha
refinada e fermentos prontos, mais aditivos e conservantes,
são grande estímulo para fungos. Mesmo integrais.

cereais
Arroz branco, arroz integral, milho seco e verde, seus cremes e
farinhas, amidos, féculas: banidos pelo alto índice glicêmico.
Ressalvas para arroz integral cru, brotado e tostado quando
aparecerem em algumas receitas deste livro.
 
tubérculos e suas farinhas
Batata-inglesa, batata-doce, batata-baroa; farinha de mandioca;
amidos, féculas, polvilhos, goma, tapioca, maisena: alto
índice glicêmico e potencial fermentativo.
 
as solanáceas
Tomate, pimentão, berinjela, jiló, batata-inglesa e jurubeba são
dessa família. Pioram os sintomas artríticos da candidíase.
 
gordura
Frituras, temperos e molhos que contêm óleo, maionese comercial,
manteiga e óleo rançosos e/ou reutilizados para fritar,
margarina, carnes gordas, pele e gordura de ave de criação
industrial, queijos, creme de leite, chantilly, sorvete: gordura ruim.
 
produtos animais em conserva
Salsichas, linguiças, bacon, todos os defumados, fiambres e patês,
frios e similares.
 
soja não fermentada
Leite de soja, tofu, proteína de soja, sojinha torrada e qualquer
outra possibilidade comestível que tenha soja no meio.
 
frutas
Melões, bananas, maçã, uvas, manga, abacaxi, mamão, laranja,
tangerina e a maioria das frutas, doces e ácidas.

frutas secas
Ameixa, damasco, tâmara, uvas-passas, banana-passa etc., além
de frutose quase sempre têm fungos e resíduos de inseticidas.
 
oleaginosas
Nozes, castanhas, amêndoas, amendoim e sementes oleaginosas
em geral, em parte por serem muito sujeitas a fungos e
radicais livres, em parte porque é difícil mastigá-las a ponto de
se desmancharem, o que torna sua digestão lenta e permite que
pedaços passem inteiros para os intestinos, onde vão se tornar
ilhas de micróbios. Isso pode ser atenuado quando se deixa de
molho uma noite, mas elas têm que ser de boa procedência e
perfeitas, sem machucados e pontos pretos. Amêndoas são as
menos ácidas.
 
condimentos
Temperos prontos, cubinhos de caldo de carne, frango e vegetais,
molhos prontos em geral, por falta de qualidade.
 
estimulantes
Café, chá-preto, guaraná e cacau em pó, que contêm cafeína,
afetam o equilíbrio do açúcar no sangue e excitam o sistema
nervoso, que neste momento precisa ficar calmo.
 
álcool
Bebidas alcoólicas são açúcar fermentado.
produtos industrializados em geral
Refrigerantes, adoçantes artificiais, sucos em caixinha e sucos
em geral, refrescos prontos, bebidas isotônicas e similares: produtos
químicos podem artificializar a comida a ponto de torná-la
um não-alimento tóxico.


o que ajuda 
Para não ter ansiedade, e porque esta dieta dá fome, no início
se pode fazer até seis pequenas refeições ao longo do dia:
desjejum, lanche, almoço, lanche, jantar, ceia.
 
Comer pouco, desfrutando do prazer de saborear. A cada três
horas tem mais. Tudo em pequena quantidade para não sobrecarregar
o sistema digestivo. Tudo fresco, gostoso, esbanjando
qualidade. E mastigar bem, de modo a produzir bastante saliva,
o que além de gerar mais saciedade vai ajudar a ter uma boa
digestão, rica em enzimas.
 
Quando já tiver superado os sintomas, o ideal é voltar às três
refeições diárias. Ou seja: aproveite, pois essa comilança não é
para sempre.
 
leite e vegetais lactofermentados
Conservas de leite, como iogurte e coalhada caseiros, feitos com
os lactobacilos certos para recolonizar os intestinos; quem não se
dá bem com a proteína do leite pode usar apenas o soro, bebido
puro ou acompanhando as refeições. E conservas de vegetais,
folhas e frutos, que fornecem enzimas além de lactobacilos.
 
ovos caipiras
Esta dieta precisa muito deles porque contêm biotina, vitamina do
complexo B que impede a transformação dos fermentos em
micélios, as formas invasivas dos fungos. São 16mcg de biotina
em uma gema de ovo. É a principal sugestão para comer de
manhã: ovos quentes, clara dura e gema mole. Temperar com
cúrcuma (Curcuma longa, açafrão-da-terra) e orégano ou salsinha.
 
fígado e rins
Figado de galinha, fígado e rins de boi também são ricos em
biotina. Mais do que a gema do ovo: há 100mcg de biotina em
50g de fígado de galinha e 30 a 40mcg/100g em fígado e rins
de boi. A absorção da biotina é reduzida ou impedida pela presença
de álcool, clara de ovo crua, cafeína, drogas à base de
sulfa e radicais livres.
 
O problema é conseguir essas vísceras de boa qualidade. O
fígado tem que ser vermelho/marrom, de textura firme e cor
uniforme. Amarelado ou róseo não serve.
 
carnes, aves, peixes, frutos do mar, ovas
Todos eles, sendo de boa qualidade, em pouca quantidade, vão
fornecer vitaminas, minerais e energia. Nunca fervidos, fritos,
grelhados; faça no forno, na chapa, na panela, de preferência
malpassados para favorecer a digestão e os nutrientes. Ceviche
– peixe ou frutos do mar curtidos em limão e cebola – é uma
boa ideia nesta hora. Carne de porco não se recomenda.
 
Porções pequenas, bem mastigadas. No jantar, se for o caso, as carnes brancas contribuem para um sono melhor, enquanto as vermelhas o agitam.

Na composição do prato, as carnes devem ocupar mais ou menos
a sétima parte em peso – uma de carne, uma de cereais ou
tubérculos (dieta suave), cinco de vegetais.
 
vegetais crus ou crocantes
As enzimas, como já sabemos, entram em cena para melhorar a
qualidade de todos os líquidos internos, portanto das células,
dos tecidos, da imunidade. Isso quer dizer vegetais crus, lactofermentados
ou ligeiramente cozidos. Com fartura.
 
Temperar com shoyu e missô, ambos de fermentação natural e
não pasteurizados, acrescenta enzimas e nutrientes tanto aos
vegetais crus quanto aos cozidos e assados.
 
limão
O limão é um caso à parte entre as frutas. Além de ser rico em
vitaminas, especialmente C, e minerais, seu altíssimo teor de
ácido cítrico se transforma no estômago em sais alcalinos – como
citrato de sódio, carbonatos e bicarbonatos – que normalmente
neutralizam rapidinho qualquer fermentação perversa no estômago
e nos intestinos. Poucas gotas fazem muito efeito.
 
Diz a cientista Conceição Trucom, em O poder de cura do limão,
que ele “realiza uma reengenharia da qualidade hídrica de todo
o organismo, beneficiando assim (...) todos os sistemas e órgãos
vitais”. Faz isso “estabilizando uma condição levemente
alcalina em todos os líquidos corporais, seja no sangue, na linfa,
no líquido crâniossacral ou nos líquidos intra e extracelulares. E,
o que é mais importante, essa estabilização levemente alcalina
dos líquidos corporais, que é um pH entre 7,36 a 7,42 , é,
metabolicamente falando, a condição ideal para todos os processos
orgânicos acontecerem da forma mais equilibrada e harmônica.
Ou seja, saúde, preservação e prevenção”.
 
O problema, como sempre, é o excesso: muito limão pode
alcalinizar demais as mucosas, o que favorece a cândida. Observe
seus sintomas e, se piorarem, deixe o limão quieto.
 

cereais integrais, cozidos e brotados 
Cereais integrais não entram na dieta radical. Se a vida se tornar
impossível sem eles, passe para a dieta suave, onde entram
uma ou duas colheres de painço, trigo-sarraceno tostado (kasha),
centeio, aveia, cevada, amaranto ou quinoa, equivalente à sétima
parte da refeição em peso. Mastigando muito bem, porque
é a mastigação que torna os cereais mais alcalinos.
 
A boa dica é sempre deixar de molho por uma noite.
 
Torrar ligeiramente na frigideira antes de cozinhar também é
bom, reduz um pouco o amido e abre a película dos grãos.
 
Grãos germinados de arroz, cevada e painço,
passados ligeiramente pela wok (frigideira grande, profunda) com óleo de coco
ou gergelim, são muito ricos em enzimas digestivas e empregados
na medicina tradicional chinesa como alimento contra distúrbios
digestivos. Segundo Paul Pitchford, em Healing with whole
foods, eles são antifúngicos, e também os grãos germinados de
centeio e quinoa. Pitchford assegura que numa dieta contra cândida
qualquer um desses grãos pode representar 20% do peso
da refeição, e os mesmos grãos, brotados, mais 20%.
Considera-os uma opção mais saudável do que as carnes.
 
pão integral de fermentação caseira 
O pão integral de fermentação caseira pode ajudar na dieta se
comido com moderação – digamos, duas fatias, sempre torradas,
de manhã, com óleo virgem de coco, azeite de oliva ou
manteiga, par acompanhar os ovos quentes.
 
O processo longo de fermentação do pão quebra o glúten e elimina
a maior parte dos fitatos do trigo, que nos pães de
fermentação muito rápida permanecem.
 
A utilização de fermentos e aditivos nos produtos de padaria,
historicamente recente, é que os torna mais daninhos.
 
Olho vivo: se o pão caseiro der gases ou aumentar sintomas,
está atrapalhando.
 
cará, inhame-do-norte e aipim (Dioscorea sp.,
Manihot sp.
)
São tubérculos que não entram na dieta radical, mas podem ser
alternados com os cereais integrais na dieta suave, moderadamente,
cozidos ali na hora, especialmente no jantar. Observe o
efeito para decidir qual o mais conveniente.
 
batata yacon (Polymnia ou Smallanthus sonchifolia)
Esta pode entrar todo dia. É uma raiz tuberosa docinha e
crocante, parecida com maçã e pera, originária dos Andes. Por
fora parece batata-doce. É rica em vitaminas A, B1, B2, C – e
fibras, que retardam a absorção de açúcar pelos intestinos e
contribuem muito para a sensação de saciedade. Dá frescor à
refeição, como o pepino. É servida crua ou crocante. Sempre
que descascar ou cortar, passe limão para ela não ficar escura.
Muito boa em sucos de vegetais: fornece líquido.
 
inhame taro (Colocasia esculenta
O inhaminho, aquele pequeno e cabeludo, não é tubérculo: é
cormo. Considerado hipoalergênico e de fácil digestão, bem
como grande reconstituinte de funções imunológicas, pode ajudar
muito nesta dieta, comido com moderação. Limpa os
intestinos e depura o sangue.
 
Os havaianos fermentam o inhame taro cozido e amassado com
um pouco de água, deixando-o à temperatura ambiente por
dois ou mais dias para obter o poi, ou poi poi, alimento básico
de crianças, adultos e idosos, guarnição de peixes e frutos do
mar, substituto do mingau no desjejum. Atribuem ao poi sua
notável saúde e baixa incidência de cáries.
 
Relatos interessantíssimos dão conta do efeito tremendamente
medicinal do poi para o sistema digestivo. O sabor, porém, é
pouco atraente da primeira vez, e é preciso ter muita firmeza
para tentar a segunda.
 
folhas verdes
As folhas verdes são insubstituíveis, portanto indispensáveis, nessa
dieta. Primeiro porque é preciso limpar os intestinos, segundo
porque é preciso fornecer clorofila para renovar o sangue, terceiro
porque elas são riquíssimas em nutrientes.
 
Todas: repolho, acelga, couve, chicória, alface, agrião, couvechinesa,
repolho, caruru, bredo, rúcula, bertalha, brócolis,
mostarda, almeirão, serralha, caruru, beldroega, ora-pro-nóbis,
vinagreira, jambu e por aí afora.
 
Silvestres ou da horta, cruas ou cozidas, elas são tudo de bom.

Cruas, têm vitaminas, minerais, fibras e enzimas, portanto são
ideais para abrir a refeição – ou fechar, conforme o freguês e a
cultura. Cozidas perdem as enzimas, a não ser que sejam
passadas apenas rapidamente numa frigideira, tipo wok, e sua
temperatura interna não ultrapasse os 47oC.
 
Chicória e bertalha, refogadinhas, são as campeãs da faxina
intestinal. Dieta com elas vai mais depressa e incomoda menos.
 
folhinhas verdes
Como diz Jamie Oliver, o melhor que uma pessoa pode fazer
por si é incluir muitas folhinhas miúdas e aromáticas em suas
refeições: salsa, cebolinha, hortelã de vários tipos, coentro,
manjericão, funcho, manjerona, orégano, erva-de-santa-maria,
alecrim, capim-limão e outras, que também podem ser mascadas
a qualquer momento ou aromatizar a água fresca.
 
folhas lactofermentadas
Elas têm a vantagem de se conservar por muito tempo e tornar a
refeição mais prática, sem por isso perderem enzimas e vitaminas
 
feijões secos
Para efeitos da candidíase, os feijões secos são carboidratos e
não entram na dieta radical, só na suave.
 
feijões-verdes e seus brotos
Vagem, feijão-verde de qualquer tipo, ervilhas verdes frescas e
brotos são liberados.
 
vegetais sem ou com pouco amido
Abóbora, nabo comprido, cenoura, rabanete, yakon, beterraba,
chuchu, vagem, quiabo, maxixe, pepino, aipo, couve-rábano,
funcho, cebola, alho, gengibre, alho-poró, alcachofra, brotos
de alfafa, de feijão, de bambu...

sementes e grãos germinados & seus brotos
De trigo, feijão, gergelim, girassol, abóbora, linhaça, castanhas,
amêndoas, amendoim, de preferência no almoço, crocantes.
 
pepino e melancia
Refrescam e ajudam o corpo a eliminar água, o que favorece a
desintoxicação. A parte branca da melancia, com casca e tudo,
é um poderoso diurético para usar pela manhã. Pode ser utilizada
em chá ou em conserva salgada.
 
frutas possíveis
Poucas: amoras, moranguinhos, framboesas silvestres e outras
frutinhas vermelhas, as berries; romã, goiaba e melancia, moderadamente
– uma hoje, outra amanhã, e assim mesmo só no
intervalo entre as refeições, nunca de sobremesa. Vale fazer gelatina
de uma das frutas com ágar-ágar, gelatina de algas, que
se compra em lojas japonesas ou de produtos naturais. O modo
de usar vem escrito na embalagem.
 
alho cru
Seu valor no combate à cândida, comprovado em inúmeros estudos,
mostra que ele é mais poderoso do que violeta genciana,
nistatina e outros renomados fungicidas, inclusive para uso tópico.
Pode ser alho fresco, cru, mastigado ou amassadinho e
incorporado à comida; azeite de alho feito em casa; cápsulas
de óleo de alho; pílulas de alho.
 
cogumelos
Muitos cogumelos, comestíveis ou em cápsulas, ajudam a combater
a cândida porque fortalecem o sistema imunológico e
regeneram células; entre eles portobelo, shiitake, shimeji, agaricus,
ganoderma ou reishi (orelha-de-pau) e o champignon comum. É
equivocada a ideia de que comer cogumelos, que são fungos,
faz aumentar os fungos patogênicos.

estévia (Stevia rebaudiana)
É o único adoçante concentrado que não tem efeitos colaterais.
No início se percebe um gostinho diferente por trás do sabor
doce, como em todo adoçante; mas paladar também é hábito,
a gente se acostuma. Fermentado, o extrato é microbicida. O
chá é gostoso e ajuda a fechar a refeição.
 
algas marinhas
Além de muito ricas em sais minerais, elas limpam o sangue, regulam
as glândulas, rejuvenescem e matam fungos, com seu alto
teor de iodo; o caldo de alga kombu é poderoso.
 
iodo
Candidíase, hipoglicemia e hipotiroidismo também podem estar
ligados à carência desse poderoso fator de equilíbrio para a saúde.
Iodo é um mineral especialmente concentrado nos hormônios
da tiroide, que controlam a taxa metabólica, o crescimento, a
reprodução, a formação de células sanguíneas, as funções nervosas
e musculares e a temperatura corporal. Só.
 
Como a distribuição de iodo no meio ambiente é desigual, certas
áreas, sobretudo as mais distantes do mar, produzem alimentos
que não fornecem iodo em quantidade suficiente ao ser humano;
isso gera doenças características de disfunção da tiroide, como
bócio, ou papada, e retardamento mental; por isso decidiu-se
acrescentar iodo ao sal de cozinha. Em 1983 havia 400 milhões
de pessoas com carência óbvia de iodo nas regiões mais pobres
do mundo, e 112 milhões nas regiões mais ricas.
 
Doses excessivas de iodo também podem deprimir a atividade da
tiroide, produzindo sintomas similares aos da carência. Sinais de
alarme: fome descontrolada, aumento de peso, ansiedade,
taquicardia, suores, proeminência dos olhos.
 
Deveríamos consumir diariamente de 0.15 a 0.20mg de iodo,
dizem os livros. Mas japoneses consomem quase 100 vezes mais:
15 a 18mg de iodo diários. Essa alta dosagem pode ser facilmente
obtida pela inclusão de algas kombu, ágar-ágar, arame
ou hijiki na alimentação e equivale a 2 gotas de iodo na solução
do dr. Lugol (5% de iodo, 10% de iodeto de potássio e 85% de
água). O iodo é um poderoso fungicida, e a alga kombu também.
Daí sua extrema importância na candidíase.
 
 coco-da-baía(Cocus nucifera)
O coco maduro fresco (aquele marrom, de casca seca) é um
grande aliado nesta dieta. Seu óleo é antimicrobiano e fungicida,
para uso interno e externo. A polpa pode ser comida aos pedaços
ou ralada para acompanhar a comida. O leite de coco dá
sabor e qualidade a muitos pratos. O creme, que se forma na
superfície do leite de coco fresco que fica na geladeira, é uma
delícia. Mas tem que ser natural, feito em casa, porque o da
garrafinha tem conservantes, não é absolutamente medicinal.
 
óleo virgem de coco
É a melhor gordura para quem tem candidíase, pois tem ácido
caprílico e quase 50% de ácido láurico, que aumentam a imunidade
e são eficazes contra qualquer fungo. Pode ser consumido
puro, uma colher de sopa de manhã, em jejum, e outra ao deitar,
longe da tomada de lactobacilos e bebidas lactofermentadas.
Substitui azeite e manteiga em qualquer prato que combine com
coco. Também é maravilhoso para passar na pele, nos cabelos,
nas partes mimosas, entre os dedos dos pés, nas unhas.
 
Fica sólido e opaco em temperatura baixa, às vezes muito duro.
O que vai ser usado pode ser ligeiramente aquecido em banhomaria.
Melhor não fazer isso com o pote todo, pois quanto mais
estável for a temperatura, melhor para o óleo.
 
É gordura saturada sim, mas inteiramente do bem. Não sobrecarrega
o fígado e ajuda a baixar o colesterol e os triglicerídios,
além de regular a tiroide.

Óleo “extravirgem” de coco não existe, é firula do fabricante
para impressionar incautos. Essa denominação é exclusiva do
azeite de oliva. O óleo virgem de coco é extraído da polpa fresca
do coco maduro e não da polpa seca, chamada copra.
 
É comum o óleo virgem de coco ficar rançoso, graças a embalagem
e transporte inadequados. É bom abrir, cheirar fundo e provar
logo após a compra – o sabor deve ser fresquinho até o fim, o
aroma sem qualquer fundo de ranço. Caso não sejam, devolva.
 
azeite extravirgem de oliva
Um dos mais antigos produtos artesanais da nossa civilização:
há milênios é feito do mesmo jeito. Alguns azeites ainda vêm de
pequenos olivais e a azeitona é moída em moinho de pedra.
Cru ou em refogados rápidos: até 2 colheres/sopa por dia.
 
Também é bom para pele, cabelos e partes mimosas, tanto das
garotas quanto dos rapazes. Dá cheirinho de salada.
manteiga sem sal
 
Para colocar no seu ovinho e derreter sobre alguma coisa quente.
 
A manteiga pura é tida pelos médicos ayurvedas como uma
gordura de ótima qualidade, desde que seja de boa procedência
e não esteja rançosa – compre fresquinha e guarde na
geladeira, numa embalagem que impeça a entrada de ar e luz.
 
Colesterol? Não se preocupe. Se a sua taxa for alta, esta dieta
provavelmente vai fazer com que ela desça a níveis normais, já
que açúcar e frutose são mais formadores de colesterol no sangue
do que o próprio colesterol dos ovos e da manteiga.
 
psyllium (Plantago psyllium , P. ovata)
O psyllium, tal como a linhaça, é uma sementinha muito rica em
fibras, mucilagem e óleos; absorve água e é usada há séculos
no Mediterrâneo e no Oriente Médio para dar ao bolo fecal a
consistência adequada, regularizando o trânsito.
ajuda

O psyllium contribui para retardar o esvaziamento do estômago
e a absorção de glicose no intestino delgado, portanto favorece
todas as dietas. Ajuda a reduzir o mau colesterol. Limpa os resíduos
das paredes intestinais e assim aumenta o controle da
candidíase. Seus óleos, lubrificantes, deixam as fezes pastosas.
Não tem contraindicações. Deve ser ingerido com muita água.
 
linhaça (Linum usitatissimum)
A linhaça se assemelha ao psyllium em termos de fibras, mas
seus óleos são mais valorizados e fartos. Isso quer dizer que ela
só deve ser moída para usar na hora. Toda gordura oxida em
contato com o ar, produzindo radicais livres.
 
Quando absorve água, a linhaça incha. Aparece a parte fofinha
e viscosa da fibra recobrindo a semente. É ela que ajuda os
intestinos e permite a absorção dos preciosos óleos.
 
linhaça batida com água e limão
1 copo de água filtrada
1 colher/sopa de sementes de linhaça dourada
gotas de limão
 
Deixar a linhaça de molho durante a noite na água filtrada. De
manhã bater ambas no liquidificador com algumas gotas de limão
e beber devagar, salivando bem.
 
óleo de fígado de bacalhau
É indicado para suprir a deficiência de vitaminas A e D nas dietas
modernas e ajuda muito nos casos de candidíase, por fornecer
ácidos graxos insaturados que trabalham com os ácidos graxos
saturados do óleo de coco. Vem em cápsulas e frasco.
pólen de abelhas

Contém muitos nutrientes, inclusive proteínas, e pode ser parte
de um lanchinho. Comer 1 colher de sopa por dia, de uma vez
ou aos poucos, deixando dissolver devagar na boca.

sal e temperos

Todos os temperos são densos, intensos, penetrantes. Interferem
nos processos do organismo, têm princípios ativos. Mesmo o
sal, uma coisa tão corriqueira, produz efeitos quando é usado
de modo medicinal. Melhor errar para menos.
 
água e chá
Sujou, lavou. Beber água é fundamental, mais ainda quando se
quer limpar tudo. São 8 copos de líquido por dia:
2 ao acordar
2 antes do almoço
2 à tarde
2 mais tarde,
ou aos golinhos durante o dia todo.
 
Chá quente ou frio, água fresca com ou sem gotas de limão,
água de ervas, caldo de vegetais, animais ou cogumelos, limonada
adoçada com estévia, kvass de beterraba, soro de coalhada
ou iogurte – sempre um tempo após as refeições, tipo uma hora
e meia, para limpar os resíduos.
 
Beber água quente é muito benéfico para o corpo, que gosta de
se manter aquecido e gasta calor para funcionar. Qualquer
pouquinho de água quente depois de comer já ajuda a digestão.
 
Uma xícara pequena de chá, após as refeições, pode proporcionar
mais que conforto: prazer.
aos golinhos
 
Bebida aos golinhos, água fresca com ou sem gotas de limão
tem um efeito alcalinizante muito positivo sobre os resíduos da
digestão, especialmente cerca de hora e meia depois de comer.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Candidíase, a praga | Dez contra ela

Não existe uma fórmula. O livro acima, que começo agora a publicar em formato de post, procura juntar e dar sentido às informações que se tem sobre como lidar com a candidíase de modo coerente, pela alimentação, e corrigir os desequilíbrios alimentares e digestivos que a fizeram prosperar. As muitas pequenas coisas a fazer para se livrar dela acabam ajudando a recuperar a saúde e a imunidade. Aqui vão as primeiras dez.

1 proteger o fígado

Porque é ele que vai lidar com as toxinas. Muito eficaz nessa proteção é o cardo mariano, Sylibium marianum, que pode ser homeopático, de manipulação ou de farmácia comum. Estimula a produção de novas células filtrantes do fígado, o que é importantíssimo quando ele vai ter que filtrar muitas toxinas resultantes da decomposição de fungos e de outros bichos. Sem esquecer que a própria fragilidade do fígado permite o aumento da população fúngica.

chás para ajudar o fígado (e os rins): dente-de-leão, picão, boldo, camomila, jurubeba, alcachofra e carqueja


2 limpar os intestinos

A primeira faxina é curta e grossa, desentupidora. Depois entram as manobras de renovação da flora.

chá de chicória
1 folha de chicória bem lavada
500 ml de água quase fervendo

Colocar a água sobre a folha de chicória, tampar e deixar em infusão por 10 a 15 minutos. Beber em jejum por 7 dias.

caldo de rã
1 rã limpa
1 litro de água

Deixar ferver a rã até reduzir o caldo à metade. Guardar na geladeira e tomar 1 chícara de manhã, em jejum, com 1 gota de shoyu. A receita dá para 3 dias. Além de limpar pulmões e intestinos, ajuda restaurar a flora intestinal.


3 vermifugar

Vermes e protozoários são organismos maiores e muito predadores, que fornecem aos fungos comida em abundância. Fungos se alimentam de matéria morta, mas também podem criar trombinhas que sugam sua presa sem matá-la. A homeopatia tem recursos excelentes contra vermes e protozoários, e também contra a própria cândida.

O problema com as drogas comerciais é que agem sobre todos os outros organismos vivos. Inclusive os fungos, que se aborrecem e voltam piores. Se for possível vermifugar de forma suave e coerente, é bem melhor. Até porque muito do que combate vermes também combate fungos. Por exemplo, alho.

azeite de alho
1 vidro esterilizado de 1 litro, bem seco
dentes de alho que ocupem 1/3 do vidro

Completar com azeite extravirgem e deixar curar de 10 a 30 dias, no escuro. Coar. Pode usar a partir do décimo dia, 1 colher/sopa no almoço e 1 no jantar.

Sugestão: na salada, nos vegetais e na sopa. Ou tomar puro. Pode substituir por cápsulas de óleo de alho, ou comprimidos, leia a bula para ver a dosagem adequada.

Segundo a dra Beatriz Guerra, quem tem asma ou bronquite deve ir ao alho com cautela, observando os sintomas, já que ele aquece os pulmões.

arroz integral cru e chá de artemísia
Boa receita caseira, macrobiótica, para combater vermes e protozoários: comer um punhado de arroz integral cru, de manhã,  em jejum, durante sete dias, e uma hora depois tomar uma xícara de chá de artemísia bem forte. Parar uma semana e repetir por mais sete dias.

sopa de abóbora vermífuga da Susana Ayres
4 xícaras de abóbora japonesa com casca
1 colher/sopa de tomilho
4 dentes de alho
6 cravos-da-índia
1 colher/sopa de raspa de casca de limão
sal e azeite a gosto
água se precisar.Cozinhar tudo e bater no liquidificador.

Tomar uma xícara no jantar, no início da refeição.

oleaginosas vermífugas
coco maduro (polpa)
sementes de abóbora descascadas
castanhas-do-pará
amêndoas

Escolher uma para cada dia e dela consumir de 80 a 100g durante o dia, por 4 dias, tomando a sopa de abóbora à noite.

Olho vivo na hora de comprar. As boas castanhas-do-pará não são quebradas ou esfoladas e têm sabor adocicado, sem sombra de ranço; não é fácil encontrá-las. As amêndoas são mais protegidas nesse sentido.

evitam e combatem infecções parasitárias
Inhame, cenoura crua, cebola, maxixe, agrião, alho, salsa, cebolinha-verde, coentro, nirá, hortelã, mastruz, couve, abóbora e suas sementes descascadas, coco, amêndoa, óleo de gergelim, raiz-forte, trigo-sarraceno, arroz cru, sementes de mamão.


4 combater diretamente os fungos

Drogas antifúngicas podem ser necessárias e úteis, mas em geral funcionam pouco e têm tamanho efeito tóxico sobre rins e fígado que é preciso pensar bem antes de usar. Funcionam pouco porque, se o padrão alimentar não muda, a cândida volta a ocupar espaço, posto que esse é seu objetivo na vida.

Vermífugos como levamisol (Ascaridil) têm efeito sobre a cândida; também os "azoles", como metronidazol ou secnidazol, sejam eles anti-helmínticos, antiprotozários ou antifúngicos; tomados repetidamente, transformam a Candida albicans em cepas mais resistentes, como a Candida glabrata. Existe uma droga chamada lufenuron, patenteada por uma grande indústria farmacêutica, que pode acabar com fungos e vermes de forma não tóxica, agindo somente no intestino. No Brasil é vendida como antipulgas. Seu princípio ativo é a quitinase, enzima que destrói a quitina das paredes celulares de fungos e vermes. Mas, embora liberada pelo FDA para uso humano, não foi ainda para o comércio. Imagina, acabar com fungos e vermes. De que viveriam as doenças subsidiárias?

Fungicidas caseiros que podem entrar normalmente no cardápio são mais interessantes. Pouco, mas sempre.

fungicidas naturais
óleo de coco (Cocus nucifera)
óleo de babaçu (Orbignya phalerata)
azeite de dendê / óleo de palma (Elaeis guineensis)
alga marinha kombu (Laminaria sp)
alho (Allium sativum)
cebola (Allium cepa)
gengibre (Zingiber officinalis)
cúrcuma, açafrão-da-terra (Curcuma longa)
zedoária (Curcuma zedoaria)
raiz-forte (Armoracia rusticana)
bérberis (Berberis vulgaris)
hidrastis (Hydrastis canadensis)
melissa (Melissa officinalis)
capim-limão (Cymbopogon citratus)
manjericão (Ocimum basilicum L.)
camomila (Matricaria chamomilla)
canela (Cinnamomum zeylanicum)
cravo-da-índia (yzygium aromaticum)
tomilho (Thymus vulgaris)
alecrim (Rosmarinus officinalis)
orégano (Origanum vulgare)
tília (Tilia sp.)
folha de oliveira (Olea europaea)
romã (Punica granatum)

ipê-roxo ou pau-d’arco (Tabebuia impetiginosa ou Tecoma curialis)
Também é conhecido no exterior por taheebo e lapacho. Pode variar a nomenclatura, mas o efeito é o mesmo: o chá, feito da casca da lindíssima e brasileiríssima árvore que floresce na primavera, é muito bom no tratamento da candidíase. Não recue se, após as primeiras xícaras, os sintomas piorarem – é a tal de reação de Herxheimer, que desaparece e dá lugar a um grande bem-estar físico e mental. Ele é tido como poderoso e usado desde a civilização inca no combate às infecções e ao câncer.

Dosagem: 20 gr da casca (1 a 2 colheres/sopa), fervida durante 15 minutos em 1 litro de água. Coar e tomar 4 xícaras por dia.

ambientes úmidos
Devem ser evitados acima de tudo pelas vítimas. A umidade será sempre adversa, em casa ou no trabalho. Roupas, lençóis e até o interior do carro podem contribuir para piorar as coisas. Atenção a colchões, travesseiros e cobertores que podem guardar mofo. Desumidificadores, aquecedores de baixa resistência e ventiladores podem ser usados para reduzir a umidade. Também se recomenda evitar plantas dentro de casa, trabalhar com jardinagem e mesmo deixar janelas abertas ao cortar grama. Os efeitos da umidade são os mesmos para o interior e o exterior do corpo. No exterior se manifesta como bolor, mofo, pintura descascando. No interior ela é produzida principalmente por substâncias que tendem a ser mal digeridas e assimiladas, como açúcar, leite, laticínios, farináceos, e se apresenta em forma de corrimentos, muco e estagnações úmidas. A umidade do verão favorece os fungos, que é também quando eles esporulam, isto é, liberam esporos que se tornarão fungos.

botar a perereca no sol (do blog Deixa sair)
Estive com a terapeuta e acupunturista Susana Ayres em Brasilia e ela me lembrou de um aspecto fundamental para melhorar dos ataques de cândida nas partes mimosas: arejar, tomar sol. "É como um armário onde suas roupas e sapatos estão mofando", diz ela. "Você abre, tira tudo, põe no sol, limpa o armário por dentro, defuma com capim-limão, deixa as portas abertas (dele e do quarto, e também as janelas) para que o ar circule e renove o ambiente."

Nas partes mimosas o raciocínio é o mesmo. "Se elas passam o dia inteiro apertadas dentro de calças justas, com lindas calcinhas de lycra ou nylon ou poliester, e estão com cândida, dá até para curar usando... saia!" Saia já, d. cândida! A saia permite que o ar circule, em casa sem calcinha, à noite sem calcinha, de dia com calcinha de algodão se for o caso. Há boas marcas de calcinhas de algodão, das mais castas às mais sexy: Hering, Lupo, Hope e outras. E se bate sol no quarto, bote a perereca no sol!

"Arejar os pulmões também é importante", diz Susana. "Fazer circular o ar, o sangue e botar pra fora o que está estagnado." Isso significa mexer-se, fazer exercícios que acelerem a circulação do sangue e a respiração. "Muitas vezes, quando caminho, percebo que sai do meu canal vaginal algo que estava paradinho lá, igual ao muco do pulmão ou garganta. Penso que o exercício ajuda a lubrificar a vagina, dando melhor condição de limpeza e restauração da flora local."


5 favorecer a produção de enzimas

Enzimas são aquilo que faz a diferença entre um tecido vivo e um tecido morto. Bioquimicamente falando, são a centelha da vida.

Existem dentro e fora de nós. Dentro, são chamadas de enzimas metabólicas e digestivas; fora, de enzimas alimentares. Quanto mais enzimas, de todos os tipos, mais saúde e bom humor para levar a vida. Como elas dependem de minerais e vitaminas para funcionar, só é rico em enzimas quem come bem. Ou quem toma um suplemento para garantir bons níveis de vitaminas
A, B, C, D, E, ferro, selênio e zinco, convencionais, fitoterápicos (por exemplo, folhas de moringa) ou homeopáticos. O corpo recicla as enzimas, que são reabsorvidas pelos intestinos e devolvidas ao pâncreas através da corrente sanguínea.

enzimas metabólicas
Onipresentes e muito especializadas, desencadeiam os processos bioquímicos do corpo e operam as transformações que nos permitem comer, dormir, andar, falar, sentir, respirar, enfim: viver.

enzimas digestivas
Em sua maioria são fabricadas pelo pâncreas e secretadas por glândulas do duodeno (a válvula de doze dedos situada entre o intestino delgado e o estômago), para transformar a comida semidigerida que vem do estômago em moléculas que possamos absorver pelo intestino delgado, onde acontece grande parte da absorção de nutrientes.

Frutas, vegetais frescos, folhas e brotos estão cheios de enzimas. Vegetais fermentados, como chucrute, missô e shoyu, têm enzimas cultivadas, bem como as conservas de leite. Fermentações de trigo, gengibre e pão, para citar só algumas, são precursoras históricas das sodas e cervejas que bebemos hoje, sem enzimas. Enzimas não aguentam temperaturas altas. Começam a morrer em 47oC (calor úmido) e terminam em 65oC. Enquanto podemos encostar a mão na comida ou no líquido sem sentir queimar, as enzimas estão lá. Quando queima, já se foram. Tudo o que é cozido ou pasteurizado, portanto, perde as enzimas.

As enzimas alimentares atuam na boca enquanto mastigamos e continuam atuando na parte superior do estômago durante uma meia hora. Quando chega à parte inferior do estômago, o bolo alimentar estimula a produção do ácido clorídrico, que por sua vez ativa outras enzimas, por exemplo para digerir carnes.

suplementando enzimas
Uma forma de obtê-las é comer logo no início da refeição os vegetais crus, crocantes ou lactofermentados. Todos eles contêm enzimas que preparam a digestão para os alimentos cozidos, portanto sem enzimas, que vêm depois. Com isso poupam as
reservas do organismo e aumentam o bem-estar.

Os sumos de vegetais frescos são ricos em enzimas. Dentre eles, os de grama de trigo e cevada são os mais poderosos.

A sopa de missô tradicional, fermentado naturalmente e não pasteurizado, é muito rica em enzimas e geralmente abre e/ou acompanha a refeição. O molho de soja, shoyu, também natural, contribui igualmente com enzimas se não for pasteurizado.

de farmácia
Existem suplementos de enzimas digestivas em comprimidos, reunindo nomes como tripsina, quimotripsina, pancreatina, amilase, protease, lipase com estearase, peptidase, nuclease, elastase, colagenase, quimotripsina e bromelina, entre outros.


6 repor lactobacilos no tubo digestivo

Na melhor hipótese, a flora intestinal está desfalcada de lactobacilos; na pior, o intestino está esgarçado e deixa vazar suas impurezas na cavidade abdominal.

os intestinos e suas funções
A maior parte da absorção de nutrientes é feita no intestino delgado, através de minúsculas saliências da mucosa chamadas vilosidades. O intestino grosso recebe a sobra do bolo alimentar, que é grande, para retirar a água, absorver ainda alguma
coisa, transformar o resto em bolo fecal e entregar na porta de saída. O delgado tem mais ou menos sete metros de comprimento; o grosso, digamos, um metro. Pois bem, é neles que estão espalhadas 80% das nossas células de defesa.

Intestinos normais têm ainda trilhões de bactérias que convivem numa boa com a pessoa saudável. É uma relação benéfica para ambas as partes, porque essas bactérias regulam o metabolismo, produzem vitaminas, ajudam a digerir e melhoram a resposta imunológica. São a chamada flora intestinal, responsável por manter os intestinos limpos, funcionando bem todos os dias.

Só que é esta a maior dificuldade moderna: 75% das pessoas têm prisão de ventre, e 95% das doenças crônicas começam aí. Comendo de tudo, às pressas, mais para matar a fome, perde-se logo a saúde do tubo digestivo. Como é ele que nutre o sangue, todos os outros problemas se aprontam para acontecer em seguida. A cândida, oportunista, prospera rapidamente.

O que vem ajudar nessa hora são as fermentações tradicionais da humanidade – iogurte, coalhada, kefir, chucrute, poi, kvass de beterraba e suco azedo de repolho, entre outras conservas. Elas são ricas tanto em enzimas quanto em lactobacilos, que
produzem um ácido benéfico, o ácido lático, que ajuda a preservar tanto as nossas mucosas quanto os alimentos. Ele acidifica o ambiente de tal modo que outros micróbios não conseguem sobreviver – incluindo aí as bactérias de putrefação e os fungos que se apossam de matéria morta.

lactobacilos acidófilos
Os lactobacilos acidófilos são os mais importantes entre os que vivem no intestino delgado. Ele consegue aderir às mucosas, ocupando e protegendo seu território. São nossa grande defesa contra a maior parte dos micróbios oportunistas.

lactobacilos bífidos
As bifidobactérias, como Bifidobacterium bifidum, Bifidobacterium longum e Bifidobacterium infantis, atuam na última parte do intestino delgado e em todo o intestino grosso, também aderindo às mucosas para colonizá-las e nos beneficiar. De muitas formas. Além de impedir a permanência de micróbios predadores, produzem vitaminas do complexo B e reduzem a produção de toxinas a partir da comida.

lactobacilos bulgáricos
Os lactobacilos bulgáricos não fixam residência, estão sempre em trânsito, mas ajudam muito os acidófilos no intestino delgado e as bifidobactérias no intestino grosso. São os mais presentes no iogurte, depois dos estreptococos termófilos.

Os iogurtes comerciais não servem para nada porque são pasteurizados depois de fermentar. E nem sempre o que se usa nessa fermentação corresponde ao melhor que podemos obter. Às vezes é o pior: bactérias irritantes para os intestinos que atuam como laxantes, dando a ilusão de que o intestino funciona bem porque a flora bacteriana está boa. Ilusão à toa.

problema: a proteína do leite é indigesta
Grande parte das pessoas tem dificuldade de digerir produtos lácteos. Não pela lactose, o açúcar do leite, que geralmente a lactofermentação resolve, mas pela caseína, sua proteína, uma das mais difíceis para a digestão humana. Nesse caso, nada de leite. Nada pior do que proteínas indigestas para aumentar o poder dos fungos.

alternativas a iogurte e coalhada
O soro da coalhada e do iogurte feitos com lactobacilos vivos os substitui perfeitamente na função probiótica, bem como os vegetais lactofermentados, sólidos como chucrute ou líquidos como o kvass de beterraba. Sem esquecer que todos os lactobacilos existem em cápsulas.

lactobacilos em cápsulas e a granel (pó)
Existem; são práticos porém dispendiosos, às vezes exigem receita médica, licença da Anvisa e pagam impostos, assim como os lactobacilos e bifidobactérias que fermentam iogurte.

Vai comprar? Cada cápsula ou meia colher/chá de pó (medida padrão) deve ter pelo menos 2 bilhões de lactobacilos vivos, das melhores cepas do trio maravilha: acidófilos, bífidos e bulgáricos. Como podem competir entre si, o luxo desse consumo são as cápsulas de matriz oleosa, que os mantém separados. A coisa pode chegar a 100 dólares por 60 cápsulas. Nos EUA.

Deve-se ingerir os lactobacilos de estômago vazio e longe de qualquer fungicida, como óleo virgem de coco, por exemplo.

lactobacilos sporogenes e laterosporus
Alguns autores acham que Lactobacillus sporogenes e Brevibacillus laterosporus são ainda melhores que os acidófilos: destroem fungos e se alimentam das sobras das bactérias patogênicas dos intestinos. Não são cepas colonizadoras, como as outras, mas possibilitam a geração natural de acidófilos e outras bactérias da flora benigna. Os esporos, dormentes no frasco, passam ilesos pelo suco gástrico e voltam a crescer no intestino.


7 comer e beber só coisas boas

Esta é a verdadeira revolução: optar pela qualidade, sempre que possível. Fazer um esforço para excluir as coisas ruins que adora e outro para incluir as coisas boas que detesta. É aprendizado, por um período que vai ter fim – quando você melhorar da candidíase e do apego ao que é gostoso mas não cai bem.


8 fazer exercícios

Uma sessão diária de 30 minutos que faça suar, se possível antes do meio-dia, é indispensável para acelerar o metabolismo.

Os exercícios bombeiam a linfa para cima e ela limpa o corpo de alto a baixo. O esforço respiratório renova o ar dos pulmões, oxigena o cérebro, lubrifica as juntas, limpa as mucosas. O suor limpa os poros e renova a pele.


9 planejar uma rotina

A prática diária contribui para um senso de disciplina que ajuda a levar o projeto adiante.

Fazer uma dieta é como fazer um retiro em que, em vez de ir para outro lugar, se vai para dentro de casa, dentro de si. Cozinhar diariamente pode ser um grande processo de meditação e proporcionar muitos insights.


10 meditar, cantar mantras, contemplar

Atividades pacificadoras da mente e das emoções serão muito bem-vindas neste período.

Quaisquer dez minutos em que se possa desligar os controles trarão alívio. Mais ainda se os olhos repousarem sobre paisagens verdejantes – mesmo que seja a copa da arvorezinha do outro lado da rua, ou a samambaia do terraço do vizinho balançando ao vento.

Vale sentar em paz uma vez por dia, a qualquer momento, para esvaziar a mente.

Vale visualizar-se num cone de luz dourada que transmite ternura e fortalecimento.

Vale escolher um mantra para dizer ou cantar durante alguns minutos, quando quiser pacificar a mente e se apartar do desejo.

O tempo mental é muito mais rápido do que o tempo físico; por isso é tão frequente a recomendação de ficar aqui agora para unificar os tempos. Quando a mente conseguir relaxar e se unir ao corpo de modo a serem um só, os mecanismos de cura vão surgir naturalmente e a intuição indicará o melhor caminho.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Candidíase, o blog: Início da publicação do livro em posts


4a capa

– Ah, mas eu nem tenho corrimento..., diz você.

Não? Nem precisa. Candidíase não é só o corrimento vaginal ­­— com ardência, coceira e dificuldade para transar  –  que inferniza 60% das mulheres atendidas no Hospital Pérola Byington, SP, referência em saúde da mulher.

Todos podemos ter cândida em qualquer parte do corpo. Homens também, com ou sem corrimento, ardência e pipoquinhas, eles na glande como nós na vagina.

A cândida é um fermento que cresce principalmente nas mucosas quentinhas e úmidas do intestino. Prospera com antibióticos, anticoncepcionais, alimentação errada. Recobre o espaço, tomando o lugar da flora bacteriana que nos protege. Então vira fungo, invade o interior do corpo e cria novos problemas.

Seus sintomas confundem a vítima e os médicos. Tudo parece outra coisa: má digestão, diarreia, enxaqueca, sonolência, queda de cabelo, corrimento, dores menstruais, dores ciáticas e artríticas, queimação, secura, apatia, perda da libido, baixa imunidade, alergias, hipoglicemia, distúrbios da tiróide e uma quantidade de outras chatices, mazelas e agravantes. No extremo, está por trás de doenças crônicas e degenerativas como câncer, artrite, diabete, aids e síndromes diversas, cada vez mais frequentes no dia a dia.

Este livro é sobre candidíase e as formas de enfrentá-la, e ao mesmo tempo um guia culinário valioso para quem quer recuperar e manter a saúde e a imunidade.